Novelas da Globo de 1965 a 1970
- 1970 - A PRÓXIMA ATRAÇÃO
- 1970 - ASSIM NA TERRA
- 1970 - IRMÃOS CORAGEM
- 1970 - PIGMALIÃO 70
- 1969 - VERÃO VERMELHO
- 1969 - VÉU DE NOIVA
- 1969 - A CABANA DO PAI TOMÁS
- 1969 - A PONTE DOS SUSPIROS
- 1969 - ROSA REBELDE
- 1969 - A ÚLTIMA VALSA
- 1968 - A GATA DE VISON
- 1968 - PASSO DOS VENTOS
- 1968 - A GRANDE MENTIRA
- 1968 - O SANTO MESTIÇO
- 1967 - O HOMEM PROIBIDO
- 1967 - SANGUE E AREIA
- 1967 - ANASTÁCIA
- 1967 - A SOMBRA DE REBECCA
- 1967 - A RAINHA LOUCA
- 1966 - O REI DOS CIGANOS
- 1966 - O SHEIK DE AGADIR
- 1966 - EU COMPRO ESTA MULHER
- 1965 - PAIXÃO DE OUTONO
- 1965 - PADRE TIÃO
- 1965 - UM ROSTO DE MULHER
- 1965 - O ÉBRIO
- 1965 - A MORENINHA
- 1965 - PECADO DE MULHER
- 1965 - MARINA
- 1965 - ROSINHADO SOBRADO
- 1965 - ILUSÕES PERDIDAS
Em dezembro de 1951, pouco mais de um ano depois da televisão ser inaugurada no Brasil, a TV Tupi colocou no ar a primeira novela: Sua Vida me Pertence. Como ainda não existia o video-taipe, tudo era feito ao vivo. Mas os 15 capítulos da trama só foram exibidos às terças e quintas-feiras. O que se produzia na época eram histórias parceladas em duas ou três apresentações por semana. Descobriu-se então que, para segurar o público, era necessário criar o hábito de mantê-lo diante do aparelho de TV todas as noites, no mesmo horário.
A primeira telenovela diária foi ao ar em 1963: 2-5499 Ocupado, uma produção da TV Excelsior, lançada como uma opção despretensiosa. Na época não se podia imaginar que também estava sendo lançada a maior produção de arte popular da nossa televisão, além de grande fenômeno de massa, depois do carnaval e do futebol.
A modificação no gênero estava feita e a telenovela consolidou-se de vez ante o telespectador.
De início, as novelas eram baseadas em romances cubanos e os cenários eram também de acordo com o estilo da história. As novelas, então, não representavam praticamente em nada a realidade brasileira.
Em 1965, nasceu a Rede Globo e junto com ela a Tv Tupi e Excelsior tornaram-se as três emissoras que veiculavam novelas. . Entretanto a telenovela brasileira, mesmo dominando a programação, não se libertou das origens radiofônicas e do estilo dramalhão herdado dos mexicanos, cubanos e argentinos.
No final dos anos 60 o gênero já estava solidamente implantado, graças às inúmeras produções dos últimos cinco anos. Houve então a necessidade de uma mudança no estilo. O essencial era transformar a telenovela numa arte genuinamente brasileira. Foi na Tupi que novas fórmulas em linguagem foram introduzidas. O primeiro passo foi dado com Antônio Maria, sucesso escrito por Geraldo Vietri entre 1968 e 1969. Mas o rompimento total deu-se em 1969 com Beto Rockfeller, idealizada por Cassiano Gabus Mendes e escrita por Bráulio Pedroso. As fantasias dos dramalhões estavam totalmente substituídas pela realidade, pelo cotidiano.
Na Excelsior destacam-se três títulos de sucesso escritos entre 1968 e 1970: A Pequena Órfã de Teixeira Filho; A Muralha, adaptação de Ivani Ribeiro do romance de Dinah Silveira de Queiróz; e Sangue do Meu Sangue, de Vicente Sesso.
Na Globo os dramalhões de Glória Magadan estavam com os dias contados. Janete Clair ainda escreveu sob sua supervisão Passo dos Ventos e Rosa Rebelde, entre 1968 e 1969. Mas o rompimento foi total a partir de Véu de Noiva, que estreou no final de 1969, marcando o início do 4º Período.
A década de 60 na teledramaturgia brasileira não gerou muitas influências na sociedade brasileira, visto que os dramas representados não condiziam com a realidade brasileira. No entanto, algumas tramas merecem destaque, como: Ilusões perdidas (primeira novela da Globo), Paixão de Outono e Eu compro essa mulher em que a atriz Leila Diniz atuava. Embora sem grandes nas novelas, Leila Diniz tinha um comportamento bastante diferenciado para época. O modo de falar, de vestir e de se relacionar causou muita polêmica e chamou muita atenção de toda a sociedade da época.
(Foto: Leila Diniz e Reginaldo Faria) Ilusões perdidas
(Foto: Leila Diniz e Walter Forster)Paixões de Outono
Em 1969, a novela Verão Vermelho de Dias Gomes abordou uma série de questões polêmicas, como o preconceito social e racial, a reforma agrária e o divórcio, não legalizado na época. Destacou também vários elementos da cultura popular da Bahia.
Em 1969, a novela Véu de noiva inovou ao mostrar as paisagens do Rio de Janeiro, os lugares da moda, boates e bares do bairro de Ipanema. A autora Janete Clair misturou personagens de ficção e pessoas famosas, como o poeta Vinicius de Moraes e o cronista Carlinhos Oliveira, o que despertou a atenção do público jovem. Entre os temas abordados, a autora destacou, ainda, o crescente interesse pela cirurgia plástica.
Nessa novela, a autora Janete Clair criou um assassinato e lançou o bordão : “Quem matou Luciano?” como solução para justificar a saída de um ator da trama.
As chamadas da novela já apontavam uma mudança na estrutura da teledramaturgia na TV Globo: “Em Véu de Noiva tudo acontece como na vida real. A novela-verdade”. A emissora decidiu investir no realismo. Assim, Janete Clair assumiu a autoria de Véu de Noiva, substituindo o universo ficcional de castelos, masmorras e calabouços por imagens de um Rio de Janeiro luminoso, das casas de campo em Petrópolis e de autódromos movimentados.
(Foto: Regina Duarte)
Pigmalião 70, 1970, inaugurou o horário de humor das 7 horas.
A personagem de Tônia Carrero fez tanto sucesso que as mulheres passaram a copiar seu corte de cabelo, cortado em camadas, que ficou conhecido como “corte Pigmalião”.
(Foto: Tônia Carrero)
Irmãos Coragem, também em 1970, foi um marco na teledramaturgia. A autora Janete Clair misturava realidade e ficção nos campos do futebol e da política.
Ao abordar temas como futebol, a novela – que pertencia a um universo tipicamente feminino – conquistou também o público masculino.
Deu mais audiência do que a final da Copa de 1970, entre Brasil e Itália. O jogo foi apresentado num domingo e, no dia seguinte, a audiência da novela foi maior.
Irmãos Coragem reuniu o maior elenco em telenovelas e teve o maior empreendimento cenográfico da televisão brasileira realizado até então.
(Foto: Tarcísio Meira e Glória Menezes)
Por Cleane Braga
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